Já tinha acontecido ficar sem ouvir durante uma semana. Não recomendo! Graças a Deus ainda não aconteceu deixar de ver durante uma semana, e prefiro não me recomendar. Podia, talvez, deixar de sentir durante uma semana. Só para saber como era, logo eu, que sinto tanto e tanta coisa ao mesmo tempo! O que nunca me tinha ocorrido era a possibilidade de deixar de falar durante uma semana. E tem sido uma estranha descoberta!
Pois é, começou por ser uma rouquidão característica de uma gripe, só que o timbre foi descendo vertiginosamente, até alcançar a total incapacidade de emitir sons! Uma tarefa tão simples, quanto atender um telefone, torna-se impraticável. Porém, um objecto idêntico - o telemóvel - serve como base de comunicação para usar com as pessoas do meu lado: o que quero dizer, escrevo em forma de sms que mostro ao meu interlocutor. Primeiro experimentei a técnica da caneta e do bloco, mas as folhas não pareceram suficientes!
Alguma vez vos aconteceu? Eu nunca imaginei... Eu, que adoro uma boa conversa e que, tal como já me disseram várias vezes, falo pelos cotovelos, ando calada há dias, há demasiados dias!
Pela primeira vez na vida sou forçada a ouvir tudo aquilo que o mundo tem para me dizer sem a possibilidade de retorquir. E ouvem-se tantos disparates... Mas deixam-se de dizer outros (ou pelo menos eu deixo)! Este estado de silêncio absoluto tem algumas coisas engraçadas: as pessoas que percebem que eu não falo assumem - em generalidade - que este é o meu estado constante, e olham-me com compaixão. E das duas, uma: ou falam comigo num sussurro quase surdo (o que até faz sentido, se pensarmos que os outros sentidos se apuram quando perdemos um deles), ou berram literalmente!!! E gesticulam. Gesticulam muito.
O diagnóstico? Paralisia das cordas vocais com origem nervosa. Por isso há que manter a calma até poder descarregar de novo todas as minhas palavras!!!!!
Etiquetas: Exasperações
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Contexto: Aula de Linguística Alemã numa qualquer faculdade de letras. Uma aluna lê em voz alta um texto em alemão medieval. No alto da sua arrogância o professor interrompe-a para lhe corrigir a pronúncia no verbo „kümmern“.
- Menina, não sabe como pronunciar o „u“ com umlaut em Alemão? - Sim, professor, sei. „Kümmern“! (Eu tenho a certeza que ela o estava a fazer correctamente, mas...) - Mas será que a menina não percebe? Lê-se „kümmern“ e não „kummern“. - „Küüüüüüüümmern“... Está melhor assim? - Claro que não está nada bem assim! A menina nunca ouviu um açoriano a falar? Não sabe como eles pronunciam os "u's"?
Errr... ela é... açoriana!!! Etiquetas: Momentos Embaraçosos, Oops...
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