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Disse-se em...
Patrocínios da Voz
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O Valor da Voz:
A Encadear a Voz:
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[Este episódio, de tão hilariante, tinha mesmo de ser aqui transcrito.]
Ontem à tarde, estava eu em reunião de família numa sala de chá, quando fui abordada por um rapaz que aparentava ter cerca de 20-e-muitos / quase-30 anos. O diálogo foi mais ou menos assim:
Ele: [Enquanto me cumprimenta com os habituais beijos no rosto, aos quais não tive como fugir.] Olá! Eu: [Perplexa.] Olá... erm... conhecemo-nos? Ele: Não, mas eu queria apresentar-me. Queres saber o meu nome? Eu: [A disfarçar uma gargalhada.] Se tu mo quiseres dizer... Ele: Eu sou o André. E tu? Como é que te chamas? Como é o teu nome? Eu: Eu sou a Andreia. [Foi a primeira coisa que me veio à cabeça, afinal não lhe ia dizer o meu nome verdadeiro.] Ele: Olha, vou-te dar o meu número para tu me ligares amanhã, está bem? Eu: Oh André, eu não quero o teu número! Ele: Mas porquê? Eu queria que tu me ligasses. [Sentando-se junto de mim na mesa e debruçando-se sobre o seu cotovelo com ar de pensativo.] Se tu não me ligares eu fico desanimado. E se eu ficar desanimado, fico chateado... [Tentou aplicar um ar ameaçador, mas não me convenceu.] Eu: Terás de aprender a lidar com isso. Repara... eu gostava que muitas pessoas me ligassem, e não ligam! Ele: Eu nunca namorei. Queres namorar comigo? Eu queria experimentar namorar contigo... Eu ganho bem! [Acentuando esta última parte.] Eu: [Nesta altura já estava decidida a entrar no jogo da alucinação.] Hoje não, porque estou aqui com a minha família. Mas noutro dia. Ele: 'Tá bem! Então quando? Eu: [Que queriam que eu fizesse? Que destruísse o coração do rapaz?] Daqui a uma semana. Aqui e à mesma hora... Ele: Mas daqui a uma semana a esta hora eu vou ver o jogo do Feirense. Queres vir comigo? Assim já saíamos de mão dada, porque tu és muito bonita e eu queria que os rapazes lá da fábrica te vissem. Eu: [Eu sei que não devia rir, mas estava a ser demasiado cómico para ser verdade.] Pronto, está combinado, vamos ao futebol juntos. Ele: Onde é que tu moras? É aqui nesta rua, não é? Eu: [Na realidade moro a alguns quilómetros de distância, mas que se danasse.] Sim, é mesmo aqui. Ele: Não me digas que é mesmo aqui no prédio ao lado. Eu: É mesmo aí! Como adivinhaste? Ele: Nunca julguei!!! [Com um ar de criança surpreendentemente feliz.] Eu: Nunca julgaste o quê? Ele: Que viesse morar aqui para este prédio. É tão moderno... Eu: Quer dizer: ainda nem sequer assumimos, e tu já queres morar junto comigo? Ele: [Com ar resoluto.] Claro que sim!!!
Pronto, nesta altura pensei que já estava a ser mais assustador do que piadético, e por isso resolvi terminar ali mesmo! Até porque me ensinaram que é feio brincar com coisas sérias.
O rapaz? Devia ser psicologicamente perturbado! É a única explicação plausível...
[Nota de redacção: o que se segue é uma private joke para alguns amigos visitantes deste blog.] Ainda duvidam que deixaram o meu cartão de contacto no balcão da recepção de um qualquer Hospital Psiquiátrico?Etiquetas: Vida Real
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