Voz Oblíqua: Crónicas da Vida Real - X
 
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Voz Oblíqua

Voz: [subst. fem.] Produção de sons emitidos no ser humano pela laringe com o ar que sai dos pulmões; grito; clamor; linguagem; fig. opinião; poder; inspiração; conselho; sugestão. Oblíqua: [adj. fem.] enviesado; torto; vesgo; fig. indirecto; dissimulado; ambíguo; dúbio.
 
 
 

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    Crónicas da Vida Real - X terça-feira, março 14, 2006

    EsticãoFechou os estores com uma golpada decisiva, pois já estavam a precisar de ser substituídos. Rodou a chave e empurrou a porta para se certificar que estava bem trancada. Dirigiu-se à central de segurança, onde assinou a entrega da chave, e tomou o caminho de volta a casa, aquele que já conhecia bem.

    Já era tarde, mas a escuridão nunca a fez temer nada. Conhecia bem o parque, e quando entrou nele não podia imaginar. Foi quando, de repente, tudo se sucedeu de forma confusa: alguém veio por trás de si, arrancou-lhe a bolsa e desatou a correr. Inerte, ela ficou ali fincada sem saber o que fazer.

    À sua frente viu um vulto precipitar-se em direcção ao larápio e encheu-se de esperança. Assistiu serena a uma luta desigual, por isso não foi com surpresa que viu ser trazida de volta a sua bolsa pelas mãos do "herói acidental".

    Ele sorriu para ela, devolveu-lhe o acessório, e indagou:
    - Estás bem?
    - Sim. - anuiu ela nervosa - Um pouco atordoada, talvez!
    - Posso acompanhar-te a algum lado, ou levar-te a tomar qualquer coisa para te acalmares? - "apalpando o terreno".
    - Quer dizer... eu estou bem! E moro logo ali, junto do Tako.
    - Então fazemos o seguinte: eu acompanho-te até lá e sentamo-nos um pouco no café.

    Os restantes 5 minutos do trajecto até à praceta foram passados com as apresentações formais e umas expressões-chavão para quebrar o gelo. A companhia revelou-se agradável, e os convites sucederam-se!

    Passado um mês, e depois de uns tantos encontros estrategicamente planeados, o clima já estava bem trabalhado para ele "deixar cair a bomba da verdade":
    - Recordas-te do dia do assalto?
    - Claro que sim! Como me poderia esquecer? - recordou ela com algum pavor.
    - Eu queria que tu soubesses que nunca chegaste a correr um risco real.
    - Como assim? Que me estás a querer dizer? - indagou ela!
    - Eu e o rapaz que te "sacou" a bolsa estávamos combinados. Na verdade aquela foi a única forma que encontrei de chamar a tua atenção, pois há meses que tentava descobrir um meio de te conhecer.

    Ela levantou-se e saíu!

    [Por mais absurda que esta história possa parecer, foi bem real...]

    Etiquetas:

    8 Comments:

    At 14 março, 2006 12:04, Blogger Miguel said...

    Bem... o que começa com uma mentira desse calibre, faz realmente temer o futuro.
    Mas, comvenhamos, haja imaginação!

     
    At 14 março, 2006 14:34, Blogger johnny handsome said...

    Pronto! Apanharam-me! Estava a pensar fazer uns "números" destes e logo alguém tinha de vir aqui expôr a coisa!
    Nada a censurar! Há fins que justificam os meios desde que se meçam as consequências da sua utilização.

    Não aconselhável fazer isto a alguém com uma Samsonite cheia de notas de 500 Euros....

     
    At 14 março, 2006 15:33, Anonymous Anónimo said...

    a sério? só tu pra teres casos destes pra contar. tu e a tua vida atribulada... eu lembro-me do cartaz à porta da escola com um "amo-te raquel". só te acontece a ti, ñ só? lol
    um beijo da tixa

     
    At 14 março, 2006 17:17, Blogger homesick.alien said...

    p'lo menos não o podes acusar de falta de originalidade =P*

     
    At 14 março, 2006 21:25, Blogger papoilasaltitante said...

    Originalidade...originalidade...mas acho que antes de sair lhe dava um estalo!!! Desculpa este assomo de vilência física,mas acho método um nojo.
    bjs

     
    At 15 março, 2006 10:47, Blogger Wakewinha said...

    Finalmente alguém me compreende, Miguel! =)

    Johnny, dará resultado com alguém que se deixe surpreender! Eu não vou muito nestas coisas... Surpresas? Só de quem gosto!

    Tixa, se eu escrevesse um livro... lembras-te? ;)

    Homesick, lá nisso tens razão!

    Papoila, que estalo, que nada! Saí de fininho, com algum medo da obsessão... =S

     
    At 16 março, 2006 19:38, Anonymous Anónimo said...

    Não me surpreende, que isto há malucos para tudo...;-) o truque aí é não contar...:-)

     
    At 16 março, 2006 20:11, Anonymous Anónimo said...

    Well done. :)

     

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