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Disse-se em...
Patrocínios da Voz
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O Valor da Voz:
A Encadear a Voz:
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Se os chineses ouvissem tão típica expressão, talvez a transformassem em aforismo clássico, e esta não soaria de forma tão trivial. Porque os chineses sabem reconhecer uma boa verdade quando a encontram! Ou se calhar ainda não a adoptaram para fazer parte do célebre rol dos ditados da sabedoria popular chinesa, porque dada a densidade populacional, este não chega a ser um problema. Senão diriam, sem conseguir carregar nos r’s ou pronunciar a consoante alveolar sonora l, «os homens são como os quartos-de-banho: os mais limpinhos e cheirosos estão ocupados»!
No auge da puberdade, e sem sequer perceber o alcance do gracejo, pronunciava-o com alguma frequência, mas julgo que na altura isto apenas acontecia por base numa outra verdade popular: «a galinha da vizinha é bem melhor do que a minha»! Acreditava sempre que os namorados das minhas amigas eram mais bonitos, mais inteligentes e mais populares que o(s) meu(s). E com base numa crença tão idiota quanto o humor dos Monty Python, fui desperdiçando os rapazes da minha vida.
Não assumi nada com o "M" porque ele tinha tido uma namorada completamente desequilibrada a nível emocional, e tive receio que me tentassem enquadrar no padrão. Recusei o "D" porque era tímido demais. E o "H" por ser precisamente o contrário. Terminei com o "R" porque não suportei a ideia de ter um namorado demasiado bonito e incapaz de partilhar atenções. E dei com os pés ao "F" por ser horrendo de tal modo, que preferia estar com um sapo. Não vi qualquer futuro numa provável união com o "J" pela sua teimosia desesperante. Desbaratei o "N" porque não lia jornais, e o "A"… Bem, não fui eu quem o desperdiçou: dessa vez fui desperdiçada!
Agora que a juventude foi desaproveitada em não-entregas fugazes, e a sociedade clama que me torne numa mulher “para que seja possível encontrar um homem a sério”, dou comigo a avaliar as alternativas circundantes e a perceber que a menos dúbia recai sobre o "P". Mas o seu passado está recheado de namoradas alucinadas. Exagera na extroversão quando se cruza com mulheres bonitas, é demasiado tímido quando expressa os seus sentimentos, e eu dava tudo para que fosse mais bonito. As únicas páginas de jornal que reconhece são as do diário desportivo e é mais teimoso do que uma mula. E nesta breve descrição não dou espaço à sua completa ausência de romantismo ou ao nervosismo imaturo de que se dota quando as coisas não lhe correm de feição. Saio com ele há meses, e excluindo desde já a hipótese de recear estar sozinha, nem sequer sou capaz de explicar o porquê de ainda não me ter afastado. (Mas quase que aposto que a resposta jaz numa qualquer substância química e viciante, idêntica às que se encontram no tabaco.)
Sim, a verdade é que os homens são como os quartos-de-banho: já só restam os feios, sujos e maus. Mas se não temos qualquer alternativa, que fazer? Urinar na via pública?
Adenda: [Direito de Resposta by Francisco del Mundo]Etiquetas: Crónicas
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