Há dias fui com um colega de trabalho a uma reunião numa instituição pública. Nascido e criado naquela terra, foi vagueando pelos corredores daquele organismo distribuindo cumprimentos e acenos!
A determinada altura o meu colega roborizou, mostrou-se nervoso, e quando o olhei directamente nos olhos, esboçou um distinto sorriso amarelo. Uma senhora de meia-idade caminhava na nossa direcção com um olhar comprometido, e sem demais demoras exclamou:
- Há anos que esperava encontrar-te, L., afinal vale a pena esperar. Espero que te encontres bem!
O meu colega, cada vez mais nervoso, lá conseguiu devolver a saudação numa gaguez quase muda:
- Sim, D.ª M., estou bem. Vejo que os anos quase não passaram por si! (O elogio tornou-se patético, pois foi uma clara tentativa de recuperar a confiança da sua interlocutora.)
Ela retorquiu com agrura:
- Com o tempo esqueci-me de todas as coisas que te queria dizer na altura, mas penso que o passar dos anos te há-de ter feito ganhar vergonha, e essa é a melhor lição que alguém te pode dar.
Deixei-os a conversar à vontade, afinal eu não pertencia àquele cenário. E apesar de claramente envergonhado, eu percebi que o meu colega sentia aquele sermão como merecido.
Quando dei por mim, tinha os passos dele a seguir-me, e apressámo-nos a entrar na sala de reuniões onde nos aguardavam. Estávamos mesmo em cima de um potencial atraso!
Quando terminámos, não pude deixar de fazer a derradeira questão:
- Quem era aquela senhora, e de que te falava ela? Nunca te vi assim tão nervoso...
Foi então que ele me explicou que aquela era a mãe de uma ex-namorada dele, com quem ele se relacionou durante 8 anos. As coisas terminaram, contou ele, de uma forma vergonhosa, pois ele, farto daquela união, mas sem a coragem e a maturidade de o admitir à outra parte interessada, decidiu-se por um acto puramente egoísta: começar a andar com outra miúda ao mesmo tempo, até que alguém o visse e contasse à namorada que, claramente, nunca mais o quereria ver!
Apesar de não ter sido a primeira vez que ouvi uma história idêntica, a verdade é que me senti incomodada com aquela explicação. Como é que alguém pode ser assim tão baixo? E quantas mais formas existem de dar por terminadas relações, destruindo por completo o coração da cara-metade?
Gostava de ter a vossa ajuda: confessem-se! Partilhem histórias do género, revelem de que modo já deixaram para trás um(a) namorado(a), ou de como já foram abandonados(as)!!! Surpreendam-me...Etiquetas: Exasperações, Opiniões
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