...ou tudo aquilo que ficou por dizer há uns tempos atrás, após alguns comentários mais inflexíveis a um post deste blog! (E agora que o programa acabou!)
Antes de mais nada importa-me dizer que, ao fim de um mês de exibição, o programa apareceu sem referência a qualquer patrocinador! Todos eles (Remax, Cofaco, Credial e Bayer) foram demovidos pelas mensagens dos activistas pela qualidade de vida animal, e apenas isto serve para que todos percebam que algo de muito errado está por detrás das imagens que passavam "cá para fora", senão estas empresas nunca perderiam o interessa económico ao se associarem a um programa que ainda tem um representativo índice de audiências.
Ser activista pela defesa dos animais é muito mais do que manifestar e informar. É muitas vezes vestir um fato-de-macaco e ir para o circo mais próximo, pedir trabalho, e reunir imagens, enquanto fazemos a limpeza das jaulas dos animais. Não acreditaria em muitas coisas, se não as tivesse visto com os meus próprios olhos, quando eu mesma estive a fazer este trabalho de infiltrada! E mais difícil é acreditar que, às vezes, os que se julgam grandes amigos dos animais, são os que mais traumas e stress lhes causam (mas eles acreditam fervorosamente que gostar de animais é aquilo)!
Já o escrevi antes, mas reitero que nada tenho contra os circos. Aliás, disse-me até entusiasta pelo malabarismo, pelas acrobacias, pelos palhaços, pela magia, etc.! Aquilo a que me oponho é ao uso indevido de seres inocentes que passam a sua vida enjaulados ou presos por uma corrente que os impede de serem livres (e já que se festejou do Dia da Liberdade há pouco tempo, importa que todos percebamos a importância deste conceito).
Mas se restam ainda dúvidas desse lado, reporto aqui alguns das considerações de um estudo recente da Animal Defenders International acerca dos animais que viajam em circos.
Os indicadores comuns mostram alterações ao nível hormonal e da estruturação corporal dos animais, dado o constante contexto de mudança física e cativeiro, o que pode gerar a debilidade do seu sistema imunitário e expor estas criaturas a uma situação de doença contínua, perda de peso, baixa da capacidade de reprodução e aumento da agressividade.
Ao longo de muitos anos, muitas organizações recolheram imagens de animais em circos que mostram o seu stress evidente, facilmente perceptível pelos seus comportamentos estereotipados! Estes procedimentos anormais não são nunca verificados na vida selvagem, e são fortes mostras do seu débil estado de saúde física e psicológica.
Devido às restrições físicas dos espaços pobres a que os animais estão confinados (não julguem que na “vida real” as jaulas são como mostrava a TVI – eles tinham de embelezar o cenário), às longas horas de trabalho sem interrupção e à fraca mobilidade, é possível perceber que os animais em circo estão claramente fora do ambiente que lhes é inato por força da natureza.
Com tudo isto nem sequer chego a falar em como muitos animais não se podem erguer fisicamente na jaula, em como não têm alimento ou água constantemente disponível, nem em como (e não será de todo estranho) desaparecem muitos cães e gatos vadios nas cidades por onde os circos passam (alimentar leões, tigres ou outros animais de grande porte não é propriamente barato, se é que me faço entender)!
Preciso de vos dar mais justificações, ou é ainda necessário convidá-los a vir comigo num próximo trabalho de investigação local? Etiquetas: Animais não-humanos, Exasperações
|