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Disse-se em...
Patrocínios da Voz
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O Valor da Voz:
A Encadear a Voz:
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A patologia tem início logo nos primeiros anos da nossa infância quando os nossos pais nos preparam para as tenebrosas contas da primeira classe (prefiro esta terminologia, àquela que se usa actualmente). É de mim, ou é mais fácil fazer cálculos com números pares, do que com números ímpares? Já na escola primária, e sob um determinado móbil não-identificado, as meninas são catalogáveis e catalogadas por não resistirem à tentação, salvo raras excepções, de irem ao quarto-de-banho em conjunto (e o que se passa dentro daquelas portas irá permanecer em mistério para o mais curioso de todos os homens curiosos)!
Depois vêm as sacramentos: a primeira comunhão, mais dissimulada, e a solene, altura em que todos nos fazem acreditar que já estamos tão crescidas, que podemos começar a preparar o enxoval, e por isso nos obstruem e estorvam com demais presentes, quase todos rendados, pintados à mão ou debruados a fio de ouro!
Assim chegámos à idade do armário, talvez o momento mais crítico de criação de rótulos da nossa vida. Se fores popular no teu liceu, terás inúmeros namorados, logo serás bem sucedida! Mas se por algum acaso te decidires a apostar na tua própria formação, remetendo os namoricos para os sábados à noite com horas marcadas para chegar a casa, estás a abrir um pressuposto: a selectividade!
Mais tarde, nos primeiros anos de faculdade, começamos a perceber que o mundo nos emite diariamente pequeninos sinais mais protuberantes do que qualquer luz néon de supermercado de beira de estrada! Mas é precisamente na altura em que as mulheres solteiras, bem sucedidas profissionalmente, e olhadas enviesadamente na rua por casadas insaciadas, atingem o apogeu da sua independência, que reparam que tudo à sua volta vocifera para que constituam família JÁ: no acto de reunirem os mantimentos para a sua dispensa são subtilmente influenciadas pela embalagem de quatro iogurtes que não pode ser subdividida, a promoção de pares de um qualquer hipermercado ou as embalagens económicas de pizas (leve 2, pague 1)!
Aprendi em História que há mais de 60 anos atrás foi criado o ramo feminino da Mocidade Portuguesa. Jovens raparigas eram adestradas para poderem mais tarde assumir o papel de perfeitas donas de casa, atendendo sempre à trilogia do regime do Estado Novo: Deus, Pátria e Família!
Quando o recordei, dei comigo a questionar: serão todas estas pressões sociais novas formas de ditadura, oprimindo e reprimindo quem adia a constituição de família em prol de uma aposta numa vida ímpar? @ Voz das Beiras [Mar'06]Etiquetas: Crónicas
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