Voz Oblíqua: Forecast: And the Oscar® goes to...
 
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Voz Oblíqua

Voz: [subst. fem.] Produção de sons emitidos no ser humano pela laringe com o ar que sai dos pulmões; grito; clamor; linguagem; fig. opinião; poder; inspiração; conselho; sugestão. Oblíqua: [adj. fem.] enviesado; torto; vesgo; fig. indirecto; dissimulado; ambíguo; dúbio.
 
 
 

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    Forecast: And the Oscar® goes to... sexta-feira, março 03, 2006

    [Depois não digam que não avisei: este é talvez o post mais longo que alguma vez escrevi, e só deve lê-lo quem se interessar pelo tema, e realmente quiser conhecer uma opinião imparcial!]

    Oscar® @ Voz OblíquaHe’s bald. He’s short. But everyone in Hollywood wants to take him home! (Será pela sua utilidade enquanto afiadeira? Brejeira, mas divertidíssima piada de Jon Stewart.)

    Hoje apeteceu-me fazer algo diferente. Hoje apeteceu-me criticar cinema ousando. E ousando porquê?, questionam vocês (principalmente os que sabem que já o fiz em imprensa escrita há uns anos)! A minha ousadia está no facto de ir arriscar fazer a crítica à volta dos nomes e factos que estão na ribalta a pouco mais de 48h antes da entrega da estatueta dourada, sem ter visto quase título nenhum de que se fala! Parece estranho, não é? Pois o que muitos não sabem é que existem inúmeros críticos na “nossa praça” que fazem este exercício com grande frequência. E porque este espaço é meu e me apetece ousar, let the show begin!

    Corpse Bride @ Voz OblíquaSó vou falar de algumas das categorias, e por isso comecemos com uma pouco comentada, mas que é sempre uma das minhas preferidas: Melhor Filme Animado! O sucesso da série Wallace and Gromit, e a simpatia conquistada pelos dois divertidos personagens, fazem-me adivinhar que a estatueta está mais do que no papo para Nick Park, que bem pode dar graças por não estar a correr junto de algum filme da Pixar! Apesar de ser fã, admiradora, apaixonada e entusiasta do trabalho de Tim Burton, surpreender-me-ia ver a academia premiá-lo por Corpse Bride – A Noiva Cadáver. E não querendo deixar a minha veia anti-animação-nipónica vir ao de cima, não me parece que Hayao Miazaki consiga conquistar de novo o prémio, desta feita com Hauru no ugoku shiro, principalmente porque não prima pela originalidade, copiando a sua própria fórmula!

    A Marcha dos Pinguins @ Voz OblíquaNão me posso alongar muito na categoria de Melhor Documentário, pois não é aquela em que me sinto mais confortável, mas estendo a mão em jeito de aposta de que o Oscar® está mais do que garantido para A Marcha dos Pinguins, um documentário francês (e atenção, não digo isto por empatia com o “amigo” Pingu ali da Zona Franca)! São várias as receitas utilizadas por Luc Jacquet, que se recusou ao estigma de documentário “à la National Geographic”, tornando-o mais dramático com o recurso ao vozeamento das personagens principais. Pessoalmente sei que nunca conseguirei ver na íntegra este magnífico trabalho porque me sensibilizam alguns factores, mesmo que sejam intrínsecos à natureza mais natural (passo a redundância).

    OST Crash @ Voz OblíquaE porque aqui não há regras, permitam-me “saltar” para a categoria de Melhor Tema Original (porque há muitos filmes que valem pela originalidade da sua banda sonora). O meu favorito é o tema de Crash, com a belíssima voz de Kathleen York a lembrar os sentimentalistas já oscarizados. Este ano a academia decidiu reduzir a categoria a 3 únicos temas, e se antes a escolha era difícil por não existir um padrão, este ano será ainda mais redutora: na corrida está também Dolly Parton (barghh!) e um rap pela voz de Terrence Howard (independentemente de gostar ou não do género, julgo que o tema não abrilhanta, como seria de esperar desta categoria, e premiá-lo seria irritar ainda mais Eminem).

    Agora importa-me falar um pouco das prestações individuais, por isso vamos olhar com mais detalhe as categorias de Melhor Actor / Actriz e Melhor Actor / Actriz Secundário(a).

    Rachel Weisz @ Voz OblíquaNuma perspectiva positivista (e porque eu sou mesmo tendenciosa), Michelle Williams (que o grande público conhece do seu dramatismo na série Dawson’s Creek) deveria ser a premiada na categoria de Melhor Actriz Secundária, para assim repetir o feito de Cate Blanchett na 77ª edição – recordam-se que esse foi o único Oscar® para o filme mais falado antes da gala? Mas isso não vai acontecer, pois Rachel Weisz brilha demais em O Fiel Jardineiro, naquele que não é, com toda a certeza, um papel secundário. Frances McDormand aparece de novo na lista das nomeações com aquele que me parece ser um excelente papel em Terra Fria – e este é o filme que urge na minha lista “A ver” - a par com nomes como Amy Adams – quem é? – e Catherine Keener, demasiado light para sequer ser trazida à ribalta!

    Paul Giamatti @ Voz OblíquaWilliam Hurt arrebata com o seu mediatismo e renome, mas George Clooney vence na sensualidade e magnetismo na categoria de Melhor Actor Secundário. Jake Gillenhall arriscou num papel pouco consensual, mas a sua interpretação não surpreende, e muito menos convence! No entanto julgo que, não sendo o seu papel de todo secundário, esta foi uma manobra para que este pudesse ser trazido às listas. Matt Dilon foi sempre péssimo em qualquer registo que experimentou – aqui está um belo exemplo de como se consegue subir na carreira com um palminho de cara - por isso até estranho vê-lo na lista de nomeados a par com nomes tão sonantes. Paul Giamatti esteve sempre um na penumbra hollywoodesca, mas o empurrãozinho de Russel Crowe pode ter sido mais do que suficiente para se tornar o favorito nesta categoria.

    Felicity Huffman @ Voz OblíquaEstupidamente acusada de estar a tentar repetir a fórmula kilinhos-a-mais-oscar®-garantido, Charlize Theron podia ser a favorita como Melhor Actriz, mas na minha opinião está a milhas de distância das capacidades exibidas em Monstro. Porque há-de sempre haver uma veterana nestas categorias, abram alas a Judi Dench, que gostaria de levar nova estatueta para casa, desta feita numa categoria mais ambiciosa. Curiosíssima por assistir ao desempenho de Keira Knightley em Orgulho e Preconceito, atrevo-me a desmistificar esta nomeação, pois Keira, conseguindo sempre o objectivo dos papéis que lhe oferecem, não teve ainda oportunidade de surpreender, estando por isso na prateleira dos desempenhos ligeiros! Se me parece que Reese Whiterspoon esteve sempre aquém nos seus papéis dramáticos, ter-se tornado morena para interpretar uma grande senhora da década de 60 foi o seu passo em frente à conquista de uma nomeação que julgo que nem ela pensava ser possível. Há inúmeros factores a jogar a seu favor, mas regozijar-me-ia se Felicity Huffman fosse abrilhantada pela sua flexibilidade em surpreender num registo dramático, tanto quanto já admirou em comédia.

    Philip Seymour Hoffman @ Voz OblíquaNa categoria de Melhor Actor destacam-se 3 nomes, e por isso deixo já de parte os menos mediáticos David Strathairn e Terrence Howard. Phoenix empresta o seu carisma a Johnny Cash, mas já me habituou a interpretações brilhantes, sendo que esta não traz muitas coisas novas. Heath Ledger está muito bem em Brokeback Mountain, mas importa perceber se está realmente à altura de figurar numa lista cujos últimos nomes são Jamie Foxx, Sean Penn e Adrien Brody. Não restam dúvidas de que tendo factualmente para Philip Seymour Hoffman, pois o senhor é brilhante a cada papel que “veste”! Ainda antes de ter assistido aos 45 minutos do Make-off de Capote estava mais do que convencida de que a estatueta dourada já tinha destinatário mais que previsto nesta categoria.

    Ang Lee @ Voz OblíquaSpielberg já não está nos seus apogeus, e George Clooney é novato nestas andanças. Bennett Miller está por detrás de um grande filme, mas a realização parece não ser de todo ousada. Paul Haggis tem um vasto currículo, mas nenhuma técnica que cause surpresa. Ang Lee é por isso o grande favorito na categoria de Melhor Realizador, e tem o seu mérito por algumas das técnicas adoptadas, e por ter conseguido excelentes planos, em parte sustentados pelas magníficas paisagens de Brokeback.

    Capote @ Voz OblíquaQuanto a filmes, e porque já resta muito pouco a dizer, julgo que Capote reúne os ingredientes para ser o favorito da noite. Espero que fique para trás o aclamado Brokeback Mountain, pois se a estatueta lhe for dirigida, a Academia dará a sua maior prova de homofobia de sempre – parecerá demasiado propositado para premiar uma minoria que ainda não tem muito historial na história do cinema. O filme tem muito mérito, ousadia e um belíssimo argumento (adaptado), mas está aquém de películas previamente oscarizadas.

    E porque já só volto cá depois da noite das estatuetas douradas e da passadeira vermelha, deixo alguns conselhos aos cinéfilos:
    * dormir muito e bem antes da grande noite;
    * para os que não dominarem tão bem a língua inglesa, previnam-se com um dicionário para não perderem nada que o pródigo humorista do The Daily Show possa dizer;
    * um balde de pipocas, chips e coca-cola são óptimos appetizers;
    * escolham a dedo a vossa companhia, pois a noite avizinha-se longa!

    Façam as vossas apostas e… divirtam-se!

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    2 Comments:

    At 05 março, 2006 18:24, Blogger Miguel said...

    Falamos daí a pouco!
    Boa partilha!

     
    At 06 março, 2006 17:30, Blogger cris said...

    bons palpites, parabéns! ;)

     

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