Voz Oblíqua: Ególatras Umbilicais
 
    The Voice Mail

 

Voz Oblíqua

Voz: [subst. fem.] Produção de sons emitidos no ser humano pela laringe com o ar que sai dos pulmões; grito; clamor; linguagem; fig. opinião; poder; inspiração; conselho; sugestão. Oblíqua: [adj. fem.] enviesado; torto; vesgo; fig. indirecto; dissimulado; ambíguo; dúbio.
 
 
 

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    Ególatras Umbilicais quarta-feira, fevereiro 22, 2006

    Ególatras UmbilicaisSaí esbaforida naquele dia. Apressei-me pelas escadas abaixo, cruzei com um vizinho que não consigo descrever e deixei escapar um "bom dia, como vai?". Nem dei importância à ausência do seu feedback! Sabia ir encontrar um dia agitado depois da porta do prédio, e não me podia deter em hesitações.

    Enquanto descia a avenida e analisava o meu reflexo nas montras das lojas, não fosse ter trajado algo do lado do avesso, tropecei nuns quantos rostos familiares. A eles sorri e questionei "passou bem?". Alguns espécimes mais distraídos responderam em gestos mecânicos. Talvez até nem me tenham notado.

    Outros conhecidos, menos desatentos, devolveram-me a questão com a devida direcção, mas na verdade eu também não lhes ofereci qualquer resposta.

    Quando começava a reflectir que naquela manhã ainda não me tinha aberto ao mundo, ou recebido um sinal da sua abertura para comigo, algo fez-me despertar numa maior clarividência. Já quase a chegar ao local de trabalho, avistei a Ana. Sustive-me por alguns segundos na ponderação das minhas obrigações sociais e escolhi esperar para lhe dar um "olá".

    Assim que percebeu a minha presença, rasgou o sorriso e acelerou o passo. Enquanto nos cumprimentávamos, deixei escapar um natural "estás boa?", quando quase em simultâneo recebia a questão "como estás?". Em frases apressadas e atropeladas contei-lhe do projecto em que estava envolta e de como andava tão realizada, quanto cansada.

    De sorriso solidário, a Ana afagou o meu ânimo com algumas palavras de força e falou-me de si. Entre relatos e histórias breves dos seus sucessos pessoais e profissionais, percebi no seu júbilo quão cristalina estava a sua aura.

    Não despendi mais do que dez dos meus preciosos minutos e acabei aquele deleitoso encontro com um suspiro sorridente invejavelmente invejoso. Fiquei feliz pela minha amiga! Mas acima de tudo fiquei surpreendida pelo carácter rejuvenescedor daquela troca de palavras.

    Quando me sentei à secretária para começar a organizar o trabalho daquele dia, já nada me soava a aborrecido ou fastidioso! Foi então que fui assaltada por uma questão concreta do meu subconsciente:

    Em que altura da nossa vida somos forçados a voltar-nos para o nosso umbigo, acreditando que nunca há tempo para mimar as nossas afeições, ao invés de realmente desejar uma resposta quando saudamos alguém?


    @ Voz das Beiras [22.Fev'06]

    Etiquetas:

    6 Comments:

    At 22 fevereiro, 2006 21:14, Blogger mnica ;* said...

    O meu umbigo diz que é desde o dia em que, após tanto dar e nada receber, não teve mais forças e sucumbiu - foi engolido pela Barriga!!!

    (acho que passo o tempo a fingir... eu e os outros!
    Eu não tenho tempo ou esqueço-me de ligar a dar um "olá?
    Será que não tenho é medo? talvez de ser incómoda ou intrometida? Fingir que não tenho tempo é apaziguador... talvez alguém tenha mais coragem que eu...)

    Jinhos Gordos ;*

     
    At 23 fevereiro, 2006 03:33, Blogger Carmita said...

    É mais cómodo..egoísta, mas cómodo.

     
    At 23 fevereiro, 2006 13:10, Blogger SoNosCredita said...

    bem, espero (pelo menos) tentar contrariar essa tendência...
    umas vezes sei que consigo, outras nem tanto.
    faz parte.
    acomodarmo-nos é que ñ!

     
    At 23 fevereiro, 2006 17:46, Blogger johnny handsome said...

    Estou bem, obrigado! E lá por casa? Tudo bem? Comigo também. Até um dia destes. Estou com pressa. Telefona, sim?!?

     
    At 24 fevereiro, 2006 17:08, Blogger Ana, Dona do Café said...

    Normalmente quando reencontramos alguém, ficamos com o "Olá, td bem?" de mera formalidade, esperando o retorno em "tá tudo e contigo".
    Normalmente quando avisto alguém que conheço, vou ao seu encontro e estou aqui que tempos em perguntas e confissões, acho bom, saudável, bom para fortalecer os laços que criamos e para nos fazer o coração pulsar com mais intensidade.

    Às vezes estamos demasiado fechados em nós para vermos quem passa por nós... Devíamos olhar mais em volta, parar para observar...talvez tivéssemos muitas surpresas.

    beijjinho grrraaaande e bom fim de semana :)

     
    At 25 fevereiro, 2006 21:46, Blogger João said...

    Umbeliculo del mundo é a amizade
    Um abraço

     

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