Voz Oblíqua: Qualidade Quantitativa vs. Quantidade Qualitativa...
 
    The Voice Mail

 

Voz Oblíqua

Voz: [subst. fem.] Produção de sons emitidos no ser humano pela laringe com o ar que sai dos pulmões; grito; clamor; linguagem; fig. opinião; poder; inspiração; conselho; sugestão. Oblíqua: [adj. fem.] enviesado; torto; vesgo; fig. indirecto; dissimulado; ambíguo; dúbio.
 
 
 

Disse-se em...

Patrocí­nios da Voz

  • Design by Stacee Leung
  • Powered by Blogger
  • Images hosted by ImageShack
  • Search Engine by Free Find
  • Comments System by Haloscan
  • FAQs sobre blogs.

    O Valor da Voz:

    A Encadear a Voz:

     
    Qualidade Quantitativa vs. Quantidade Qualitativa... sábado, fevereiro 11, 2006

    ...ou o que nos faz decidir entre a monogamia e a bigamia?

    Monogamia@Voz OblíquaNão importa como chegámos até aqui, mas a verdade é que demos por nós a falar sobre a condição de nos entregarmos apenas a um único companheiro, ignorando tentações paralelas. Por outras palavras, a conversa acabou ao estabelecer-se a dicotomia «monogamia vs. bigamia». Foi assim com o meu amigo Francisco. E com o seu devido consentimento, a conversa vai ser aqui transcrita, e foi mais ou menos assim:


    (...)
    Eu: A bigamia está fora de moda! E a poligamia ainda
    mais...

    Ele: Mas achas que o Homem é um ser monogâmico?

    Eu: O seu lado irracional faz dele um ser polígamo, mas a racionalidade e a emoção fê-lo perceber que mais vale assentar e optar por uma única parceira! Até porque a quantidade não é obrigatoriamente melhor do que a qualidade!

    Ele: Hummm... Boa explicação, mas não sei se me convence totalmente! (Com um sorriso atrevido.) Porque se é verdade que temos um factor racional, toma em atenção que o instinto que temos é muito poligâmico!

    Eu: Não me digas que estás a pensar voltar-te novamente para a quantidade num destes dias...

    Ele: (A rir.) Não se trata disso! Até porque posso ter quantidade qualitativa.

    Eu: Ou qualidade quantitativa? Fica aqui a dúvida...

    Ele: A minha verdadeira pergunta é: será que o facto de sermos monogâmicos é puramente racional e puro, ou é por constrangimentos sociais e culturais?
    (...)

    Antes de continuarem a ler, pedia-vos que reflectissem um pouquinho nisto! Que levante o braço quem nunca traiu, mesmo que apenas em pensamento. E o que é a traição?

    Talvez até devamos começar por aqui! Há dias, em conversa com outra pessoa, referi que julgava bem mais grave a traição "cerebral" (aquela que acontece na nossa cabeça, quando fantasiamos com outra pessoa que não o nosso companheiro): fechar os olhos enquanto o beijamos, sonhando tratar-se de outra pessoa; conversar com ele, esperando que as suas respostas sejam aquelas que sabemos que iríamos obter com o outro; dar-lhe a mão e segurá-la com força pensando noutro alguém... E pior: viver em constante comparação entre os dois (o verdadeiro, e o dono da nossa fantasia)! Dito assim ganha novos contornos e uma maior proporção, não é?

    A minha opinião com relação a esta matéria é taxativa: o Homem é realmente um ser polígamo por natureza, e isto reflecte-se no dia-a-dia, porque todos podemos ser vítimas de tentações. Mas há muitos anos atrás alguém se atreveu na presunção de chamar o Homem de "ser racional". Se por um lado não concordo com a acepção desta expressão, sou forçada a trazê-la para este contexto: porque o Homem tem de facto o dever de pensar nos seus actos, assumir as suas consequências, mas principalmente tem a obrigação de perceber o porquê das suas acções. E o poder de escolha é o seu maior acto de liberdade...

    Aqui viajamos até ao momento em que deitamos para trás das costas os valores construídos com aquele a quem jurámos fidelidade, e acreditamos que um momento de prazer (momento esse que se pode estender por período indeterminado) será a resposta para as nossas ânsias. Tudo se resume a alguns minutos, ou àqueles milésimos de segundo em que podemos dizer que "não", mas somos traídos por um "sim" do nosso subconsciente! E o que procuramos quando nos entregamos a uma segunda pessoa, escondendo isso da primeira? Vamos em busca de bem-estar puramente carnal, ou de afecto? Se procuramos afecto, perguntem: porquê manter a união com a primeira pessoa, se nos falta o mais básico?

    Egoísmo, meus caros, o egoísmo é o que jaz a traição! Trata-se de um jogo que em nada difere d'O Elo Mais Fraco: Vamos a ver com quem me entendo melhor, e logo dispenso quem estiver a mais. Por muito duro que isto possa parecer, se olharmos bem para o nosso imo, é isto que acontece quando nos deixamos cair em tentação!

    Por isso, e com a questão do Francisco em mente, penso que estou em condições de concluir que a instigação do Homem para com a monogamia poderá ter a ver com os dois factores por ele apontados! Por um lado, temos aquelas pessoas que passam a vida a cair em tentação cerebralmente, e que traem descaradamente o seu companheiro de olhos fechados mesmo quando estão do seu lado, indivíduos que claramente não se atrevem a ir mais longe por se sentirem inibidos com as várias pressões sociais. Bigamia@Voz OblíquaE por outro lado, percebemos que existe toda uma categoria de pessoas que optam por racionalizar os seus actos, percebendo que o acto de escolha não é em si simplicista, e que um escasso momento de prazer pode arrastar consigo consequências graves que poderão destabilizar a felicidade do casal, que per si costuma representar bem mais do que um acto de traição, por mais estrondoso (leia-se aprazível) que ele seja!

    Apesar de ter sido capaz de teorizar sobre esta questão, não julguem que não sobram demais contendas. Aquela com que mais tenho matutado depois desta minha conclusão é a seguinte:



    Num mundo de infinitas opções, o que nos traz a certeza de que a nossa escolha é a mais correcta?

    Etiquetas:

    4 Comments:

    At 13 fevereiro, 2006 12:19, Blogger SoNosCredita said...

    "Num mundo de infinitas opções, o que nos traz a certeza de que a nossa escolha é a mais correcta?"

    Certeza há, desde que seja nossa, desde que tenhamos sido nós a decidir, a escolher... baseados, claro, na nossa vida, na nossa experiência.
    O mais fundamental é aquilo que sentimos.
    Quando se ama sabe-se e pronto!

    (acredito, no entanto, que nem toda a gente o saiba.)

    Quanto à traição em pensamento...
    De facto, isso é possível acontecer: quando se gosta.
    Não quando se ama!

     
    At 13 fevereiro, 2006 15:50, Blogger johnny handsome said...

    O Gene Egoísta é que define tudo. O homem tem espermatozóides com fartura pelo que espalha os seus genes "aos quatro ventos" seguindo a filosofia genética de propagar a prórpia espécie com os seus genes...A mulher tem apenas um óvulo por mês disponível e por isso selecciona um macho com mais cuidado do qual só o espermatozóide com mais "fôlego" ganha a corrida e garante a robustez dos genes propagados.
    É tudo uma questão genética e de selecção natural. É Darwin no seu melhor "tout court"...

     
    At 13 fevereiro, 2006 22:20, Blogger SoNosCredita said...

    oi :)
    deixei um desafio no meu bloguito!

     
    At 14 fevereiro, 2006 02:26, Blogger Carmita said...

    Ora aí está uma bela questão! Acho que o essencial é, acima de tudo, sermos sempre sinceros connosco...deve apaziguar essa incerteza...e não ter a certeza neste assunto não é já um indício de que a relação é incerta? Quando se gosta, gosta-se e pronto.
    Boa semana de trabalho. Beijinho.

     

    Enviar um comentário

    << Home

     

     
     
    |Voltar ao Topo|