Voz Oblíqua: Laura (continuação)
 
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Voz Oblíqua

Voz: [subst. fem.] Produção de sons emitidos no ser humano pela laringe com o ar que sai dos pulmões; grito; clamor; linguagem; fig. opinião; poder; inspiração; conselho; sugestão. Oblíqua: [adj. fem.] enviesado; torto; vesgo; fig. indirecto; dissimulado; ambíguo; dúbio.
 
 
 

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    Laura (continuação) sábado, julho 30, 2005

    Tudo está bem, quando acaba bem!!!

    Pelo post em baixo, devem ter lido nas entrelinhas o meu desespero por tentar ajudar a cadelinha Laura! A história dela está longe de ser simples e clara. A verdade é que nos últimos 7 dias tenho tentado juntar toda a informação para avaliar o melhor modo de a ajudar...

    Há exactamente uma semana estava a chegar de visita a uns amigos em Vila do Conde, quando junto do condomínio onde eles moram, fui recebida entusiasticamente por esta menina (sempre me disseram que os animais percebem quem gosta deles, e toda a minha aura o deve denunciar).

    Depois de lhe ter feito as devidas festinhas fui informada pelos meus amigos que a cadelinha estava abandonada por aqueles lados há cerca de 3/4 semanas!

    O meu ficou logo pequenino... Apesar de sabermos que estas histórias acontecem em toda a parte, quando somos tocados por um destes amigos especiais e carentes, o cenário fica diferente!

    Antes mesmo de saber mais pormenores sobre esta história encetei alguns contactos para poder garantir um futuro em segurança a esta amiga. As coisas começaram a urgir quando no Domingo fui avisada que no dia seguinte a Laura ia ser levada para o canil. Não o podia permitir, mas na impossibilidade de a acolher em casa dos meus amigos (têm crianças pequenas, por isso todo o cuidado com o seu sistema imunitário é pouco), tive de agir para que percebessem que a partir daquele momento a Laura tinha alguém responsável por ela: coloquei-lhe uma coleira em volta do pescoço e prendi à mesma um bilhete em forma de pergaminho anunciando que na data X aquela menina iria deixar de incomodar aqueles que se acham mais importantes que os animais não-humanos, para poder sequer tolerar a ideia de coexistir com eles no mesmo espaço (ou por outras palavras, a Laura ia deixar de os incomodar)!

    Depois de inúmeras respostas negativas por parte de alguns albergues (desde o Norte, até ao Centro do país), finalmente alguém se dignou a arranjar um espaço para a minha nova amiga num canil próximo de Aveiro (curiosamente o senhor que lá trabalha adora cães, e alberga-os, sem os matar, sem o conhecimento da Câmara Municipal).

    De qualquer modo ficou combinado que a Laura ficaria comigo no apartamento na tentativa de encontrar uma FAT (família de acolhimento temporário), pois deixá-la sozinha entre grades seria agravar ainda mais o seu estado de assustada e traumatizada!

    E, tal como diz em cima, tudo está bem quando acaba bem. Ontem encontrei a família perfeita para a acolher: um casal nos "intas" com um miúdo de 6 anos (a minha pequena ama crianças) e uma menina prestes a vir ao mundo! E depois de uma semana de intensa dedicação lá se deram as despedidas...

    Mas durante esta semana descobri imensas coisas sobre esta minha amiga, e vou aqui deixá-las registadas, porque nunca se sabe se alguém a procura:

    * a Laura é um exemplar puro da raça Galgo Espanhol (chega a custar entre 1.500€ a 2.000€) com cerca de 6-8 anos;

    * tem os dentes serrados, o que indicia ter sido cão pastor, cão de corrida, ou cão de caçador;

    * tem as orelhas tatuadas (2MR - YB39), e não sendo um registo português, apresenta grandes semelhanças ao tipo de registo francês;

    * a Laura é claramente uma cadela treinada, mas nunca respondia aos chamamentos em português, acabando por reagir muito bem aos assobios. Depois de termos percebido que o registo poderia ser francês, experimentámos dar-lhe palavras de ordem naquela língua românica, e a sua percepção aumentou;

    * nunca teve crias, nem tem sinais de operação [por isso pode ainda procriar, contrariando a ideia de abandono. Qual o interesse de abandonar um animal tão valioso, que pode ainda fazer lucrar os seus donos? - Na verdade para mim é tão grande o crime de abandonar um cão com pedigree, como um street-dog puro (leia-se, rafeiro)].
    Por tudo isto, e apesar de a Laura - parece que agora o seu nome vai ser Fifi - estar muito bem entregue, vou continuar em busca da sua verdadeira identidade, porque não posso negar a ideia de que possa ter sido perdida, e alguém andar desesperadamente à sua procura! Se alguém aqui chegar através das coordenadas descritíveis desta minha nova amiga, e souber da sua origem, por favor não hesite em contactar-me através do e-mail.

    Aproveito e deixo também o apelo a todos de poderem garantir um final feliz a pelo menos um dos milhares de animais abandonados que se vêem por esse país fora, principalmente nesta estação do ano! É um desafio...

    Não deixem de ler também um dos casos mais atrozes no que toca a abandono de animais!
    Leiam, e ofereçam o seu contributo!

    Obrigada a todos os que me leram e se preocuparam com a minha nova, mas eterna, amiga Laura!

    Etiquetas:

    13 Comments:

    At 30 julho, 2005 17:29, Anonymous Anónimo said...

    Conhecendo-te sei q não vais perder de vista a tua nova amiga! Tenho pena q não possas ficar com ela. Sei q te dói cuidar dos animais durante algum tempo e depois "desfazeres-te" deles... :(

     
    At 30 julho, 2005 17:31, Blogger b. said...

    É bom saber que há pessoas dedicadas como tu a estes coitados abandonados, sem uma qualquer razão plausível!!

    Engraçado como a história de vida da Laura é mais interessante que a minha...:P

    Deve estar muito feliz com a nova família, mas certamente, infeliz por não ter ficado contigo!!!

    **

     
    At 30 julho, 2005 17:39, Blogger Wakewinha said...

    Eu sei que ela vai sentir a minha falta nestes dias, porque demorei a ganhar a sua confiança, e quando me despedi dela senti que ela quando me olhava percebia que eu era sincera e verdadeira naquela amizade!

    Infelizmente penso que ela vai continuar triste, porque é daqueles cães que se nota sentir falta / saudades de alguma coisa que tinham antes...

    Não quero é que, de forma alguma, se sinta abandonada por mim também! Por isso quero poder estar com ela sempre que possível...

     
    At 31 julho, 2005 18:25, Blogger wind said...

    Felizmente teve um final feliz:) beijos

     
    At 31 julho, 2005 18:41, Blogger Sr. Jeremias said...

    Ainda bem que já arranjaste casa para a "menina"...
    O esforço vale sempre a pena.

     
    At 01 agosto, 2005 11:22, Anonymous Anónimo said...

    Ainda bem que existes por essas bandas... qualquer dia apresento-te o meu cão Ruffus (weimaraner) e a minha gata Sofia Louren (rafeirinha mas linda)

     
    At 01 agosto, 2005 11:23, Anonymous Anónimo said...

    Este comentário era meu...não sei o que aconteceu! Ando toda confusa! ehehe

    Lolita

     
    At 01 agosto, 2005 11:23, Anonymous Anónimo said...

    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

     
    At 01 agosto, 2005 11:23, Anonymous Anónimo said...

    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

     
    At 02 agosto, 2005 00:26, Anonymous Anónimo said...

    Parabéns pela tua atitude...
    Arrepiei-me a ler o teu post. Adoro animais e custa-me sempre imenso ver o que as pessoas lhes fazem, tratando-os como objectos velhos dos quais se desfazem com a mesma facilidade com que se desfazem de uns sapatos velhos.
    Como será que conseguem dormir à noite???
    beijo enorme. Fica bem.

     
    At 03 agosto, 2005 22:57, Anonymous Anónimo said...

    Olá. Ainda bem que esta história teve um final feliz. Mas infelizmente cada vez vejo mais animais abandonados. Bjs

     
    At 06 agosto, 2005 16:36, Blogger Menina Marota said...

    É de louvar a tua atitude. Mas penso que se calhar o animal não foi abandonado! Por isso é muito importante que se crie o hábito de colocar o Chip nos animais de estimação. Ela pode simplesmente ter perdido os donos de vista, muitos estrangeiros em autocaravanas e atelados trazem os animais... poderá ter-se perdido.
    Ainda há cerca de 15 dias o meu Tareco, um gato que adoptei, desapareceu de minha casa. Moro num 3º. andar duplex e andava doida como é que o bichaninho me tinha desaparecido...ele tem a mania de andar nos telhados atrás das pombas e deve ter-se precipitado e caiu no terreno ao lado, um pinhal com muita vegetação.
    Andei feita "doida" à procura dele e, quando já estava a perder a esperança de o encontrar, quem o encontrou foi o meu Sting, um Yorkshire que era o melhor amigo dele. Pois acreditas, que foi ele que o encontrou, num dos passeios que fazemos, começou a ladrar tipo choro e o gato respondeu-se numa miadeira danada e veio ao encontro dele, saído lá dum buraco onde estava escondido, muito magrinho cheio de fome...Agora está em casa, feliz e bem mas gordinho, novamente... e, eu sou a feliz dona que continua sempre numa preocupação constante com eles...

    Um abraço e bom fim de semana :)

     
    At 20 agosto, 2005 17:34, Anonymous Anónimo said...

    A minha esposa que é Medica veterinária informou-me que se a cadela tem tatuada esse código nas orelhas e se achas que ela pode ser francesa, então é só conseguires o contacto, eventualmente através da Net, dos serviços franceses de veterinária. Sei que agora é obrigatorio em França o uso do chip (e eles cumprem bem mais do que nós), mas antes usavam essam tatuagens... aposto que consegues encontrar os donos... só esperemos que não sejam alguns emigras... que a tenham abandonado. Mas antes podes tb passar por uma Clinica para confirmar se tem ou não o chip... boa sorte e depois diz-nos alguma coisa aqui sobre a Laura

     

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