Tudo está bem, quando acaba bem!!! Pelo post em baixo, devem ter lido nas entrelinhas o meu desespero por tentar ajudar a cadelinha Laura! A história dela está longe de ser simples e clara. A verdade é que nos últimos 7 dias tenho tentado juntar toda a informação para avaliar o melhor modo de a ajudar...
Há exactamente uma semana estava a chegar de visita a uns amigos em Vila do Conde, quando junto do condomínio onde eles moram, fui recebida entusiasticamente por esta menina (sempre me disseram que os animais percebem quem gosta deles, e toda a minha aura o deve denunciar).
Depois de lhe ter feito as devidas festinhas fui informada pelos meus amigos que a cadelinha estava abandonada por aqueles lados há cerca de 3/4 semanas!
O meu ficou logo pequenino... Apesar de sabermos que estas histórias acontecem em toda a parte, quando somos tocados por um destes amigos especiais e carentes, o cenário fica diferente!
Antes mesmo de saber mais pormenores sobre esta história encetei alguns contactos para poder garantir um futuro em segurança a esta amiga. As coisas começaram a urgir quando no Domingo fui avisada que no dia seguinte a Laura ia ser levada para o canil. Não o podia permitir, mas na impossibilidade de a acolher em casa dos meus amigos (têm crianças pequenas, por isso todo o cuidado com o seu sistema imunitário é pouco), tive de agir para que percebessem que a partir daquele momento a Laura tinha alguém responsável por ela: coloquei-lhe uma coleira em volta do pescoço e prendi à mesma um bilhete em forma de pergaminho anunciando que na data X aquela menina iria deixar de incomodar aqueles que se acham mais importantes que os animais não-humanos, para poder sequer tolerar a ideia de coexistir com eles no mesmo espaço (ou por outras palavras, a Laura ia deixar de os incomodar)!
Depois de inúmeras respostas negativas por parte de alguns albergues (desde o Norte, até ao Centro do país), finalmente alguém se dignou a arranjar um espaço para a minha nova amiga num canil próximo de Aveiro (curiosamente o senhor que lá trabalha adora cães, e alberga-os, sem os matar, sem o conhecimento da Câmara Municipal).
De qualquer modo ficou combinado que a Laura ficaria comigo no apartamento na tentativa de encontrar uma FAT (família de acolhimento temporário), pois deixá-la sozinha entre grades seria agravar ainda mais o seu estado de assustada e traumatizada!
E, tal como diz em cima, tudo está bem quando acaba bem. Ontem encontrei a família perfeita para a acolher: um casal nos "intas" com um miúdo de 6 anos (a minha pequena ama crianças) e uma menina prestes a vir ao mundo! E depois de uma semana de intensa dedicação lá se deram as despedidas...
Mas durante esta semana descobri imensas coisas sobre esta minha amiga, e vou aqui deixá-las registadas, porque nunca se sabe se alguém a procura:
* a Laura é um exemplar puro da raça Galgo Espanhol (chega a custar entre 1.500€ a 2.000€) com cerca de 6-8 anos;
* tem os dentes serrados, o que indicia ter sido cão pastor, cão de corrida, ou cão de caçador;
* tem as orelhas tatuadas (2MR - YB39), e não sendo um registo português, apresenta grandes semelhanças ao tipo de registo francês;
* a Laura é claramente uma cadela treinada, mas nunca respondia aos chamamentos em português, acabando por reagir muito bem aos assobios. Depois de termos percebido que o registo poderia ser francês, experimentámos dar-lhe palavras de ordem naquela língua românica, e a sua percepção aumentou;
* nunca teve crias, nem tem sinais de operação [por isso pode ainda procriar, contrariando a ideia de abandono. Qual o interesse de abandonar um animal tão valioso, que pode ainda fazer lucrar os seus donos? - Na verdade para mim é tão grande o crime de abandonar um cão com pedigree, como um street-dog puro (leia-se, rafeiro)]. Por tudo isto, e apesar de a Laura - parece que agora o seu nome vai ser Fifi - estar muito bem entregue, vou continuar em busca da sua verdadeira identidade, porque não posso negar a ideia de que possa ter sido perdida, e alguém andar desesperadamente à sua procura! Se alguém aqui chegar através das coordenadas descritíveis desta minha nova amiga, e souber da sua origem, por favor não hesite em contactar-me através do e-mail.
Aproveito e deixo também o apelo a todos de poderem garantir um final feliz a pelo menos um dos milhares de animais abandonados que se vêem por esse país fora, principalmente nesta estação do ano! É um desafio...
Não deixem de ler também um dos casos mais atrozes no que toca a abandono de animais! Leiam, e ofereçam o seu contributo!
Obrigada a todos os que me leram e se preocuparam com a minha nova, mas eterna, amiga Laura! Etiquetas: Animais não-humanos
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