Voz Oblíqua: Crónicas da Vida Real - XIII
 
    The Voice Mail

 

Voz Oblíqua

Voz: [subst. fem.] Produção de sons emitidos no ser humano pela laringe com o ar que sai dos pulmões; grito; clamor; linguagem; fig. opinião; poder; inspiração; conselho; sugestão. Oblíqua: [adj. fem.] enviesado; torto; vesgo; fig. indirecto; dissimulado; ambíguo; dúbio.
 
 
 

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    Crónicas da Vida Real - XIII quarta-feira, março 29, 2006

    Conversaram a noite inteira. Dois estranhos com inúmeras coisas a descobrir. E tantas em comum!

    Haviam-se conhecido por acaso. Ele embatera nela quando fora buscar uma bebida ao bar. Ela não era de dar atenção a ninguém numa situação assim. Às vezes até chegava a julgar precipitadamente os actos que lhe pareciam demasiado casuais. Mas naquela noite estava aborrecida e o desconhecido trapalhão podia ser uma óptima vítima para as suas ofensivas de exasperação.

    No entanto ele transformou-se numa excelente companhia, alguém que ela queria voltar a ver. Na hora da despedida ele atreveu-se a pedir-lhe o número de contacto. Na representatividade de um "nim", ela entregou-lhe um cartão rasgado com uma inscrição:

    Nº de Telemóvel

    48 horas depois ela desistiu de ficar agarrada ao telemóvel à espera da sua voz.

    48 horas depois ele continuava a perguntar-se porque havia brincado ela consigo daquela maneira.

    48 horas depois o camião do lixo derramava para o seu interior quilos de imundície. E ali jazia o cartão rasgado, entretanto amachucado, que impediu uma união que se adivinhava próspera...

    Etiquetas:

    12 Comments:

    At 29 março, 2006 11:07, Blogger Maria said...

    Ola,
    Obrigada pela sua visita recíproca. Eu também faço questão de está a par com a solidariedade e vi que você também apoia.
    Neste mundo precisa de mais pessoas assim. Se não podemos fazer muito, fazemos pelo menos a divulgação.

    Tenha um bom dia.

     
    At 29 março, 2006 11:40, Blogger Crepúsculo Maria da Graça Oliveira Gomes said...

    Pois quando julgamos que encontramos alguém importante surge um obstáculo, porque talvés nunca foi uma coisa importante, mas sim casual. Beijo

     
    At 29 março, 2006 12:17, Blogger johnny handsome said...

    Não há qualquer dúvida de que se trata de uma mensagem cifrada e num código semelhante ao dos maçons. A rapariga dedicava-se à criptografia!
    Com jeito ainda se faziam umas chamaditas de prospecção com umas substituições elementares...

     
    At 29 março, 2006 15:15, Blogger b. said...

    sempre a deixares os teus leitores de água na boca...
    se calhar assim ambos ficaram felizes!

     
    At 29 março, 2006 17:15, Blogger Alien David Sousa said...

    A indecisão é amiga da estupidez.
    Fica bem

     
    At 29 março, 2006 18:42, Blogger K. said...

    Escreves bem. Beijo.

     
    At 29 março, 2006 19:05, Blogger papoilasaltitante said...

    Já pasei a palavra quanto ao site de divulgação do crime cometido contra as focas bébés!!!
    quando a esse ..mais um desencontro e uma interfereência no canal de comunicação emissor - receptor!!
    Beijos

     
    At 29 março, 2006 19:37, Anonymous Anónimo said...

    938840370

     
    At 29 março, 2006 19:51, Blogger Ana said...

    Crónicas da vida. Real ou imaginada, não é importante. O valor está nas palavras que escolhes.
    Um beijo.

     
    At 29 março, 2006 22:27, Anonymous Anónimo said...

    Ficou esse momento... e essa dúvida.

    Faz-me pensar.. onde iremos parar se deixarmos os nossos receios e medos, comandar.

    Acho que no dia em que deixar de acreditar em pessoas e começar por julgar intenções, deixo de ter interesse pela vida.

    Ou queremos e temos disponibilidade para pessoas ou não.

    Acho que não querias mesmo...espero que tenha sido isso.

     
    At 30 março, 2006 09:52, Blogger johnny handsome said...

    O problema de escreveres como escreves, e não vou adjectivar para não pecar por defeito, é que todos os dias me fazes vir aqui em busca de mais e, quando não há mais, ter de sair como se ainda não tivesse tomado a minha quota parte de cafeína electromotriz. Beijokas.

     
    At 30 março, 2006 18:40, Anonymous Anónimo said...

    pois este teu amigo Johnny tem razão...

    fiquei a pensar e acho que faltou acrescentar uma parte ao que postei ontem

    É uma parte de Nothingness dos Living Color.

    ....
    All i have to feel is my lonliness
    Nothing in the attic 'cept an empty chest
    And nothing lasts forever

    Although there are many, i look for no one, no one but me
    I search for things that are taking me high and far out of reach
    But this is the place i call my home
    I live with the lies and the fear all alone

    Nothingness
    All i have to feel is my lonliness
    Nothing in the attic 'cept an empty chest
    And nothing lasts forever

    tem também ligação ao teu Alter-ego e aquele momento que tão bem ilustraste em Paradoxos

     

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