Voz Oblíqua: Crónicas da Vida Real - I
 
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Voz Oblíqua

Voz: [subst. fem.] Produção de sons emitidos no ser humano pela laringe com o ar que sai dos pulmões; grito; clamor; linguagem; fig. opinião; poder; inspiração; conselho; sugestão. Oblíqua: [adj. fem.] enviesado; torto; vesgo; fig. indirecto; dissimulado; ambíguo; dúbio.
 
 
 

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    Crónicas da Vida Real - I terça-feira, janeiro 10, 2006

    Felicidade vs. Exigência @ Voz Oblíqua

    Ontem encontrei um amigo com quem não privava há algum tempo. Entre muitas outras coisas, conversámos sobre pessoas, e os laços que com elas criamos.

    O meu amigo desabafava sobre a sua vida sentimental: há 7 meses foi deixado pela namorada da altura. O que lhe pareceu ser um caminho sem retorno para a infelicidade, acabou por lhe parecer um excelente refúgio da realidade, pois semanas mais tarde veio a encontrar outra mulher que lhe dava atenção. Essa mulher tinha também sido deixada por alguém de quem ela realmente gostava, e tendo chorado muito nos ombros um do outro, tornaram-se confidentes, amigos, amantes, e logo a seguir, namorados!

    Parecia que a felicidade tinha tornado a habitar no seu interior. Parecia que os deuses e os anjos lhe tinham abençoado pela segunda vez com um amor sincero. Pobre criatura, mal podia imaginar que não se cura a mordida de um cão com a lambidela de outro. Pode sarar-se essa mesma ferida. Pode até deixar de nos magoar, mas a cicatriz fica para sempre lá, e poderá tornar-se mais visível com o passar do tempo...

    Impossível de o evitar, este meu amigo começou, passados alguns meses, a estabelecer o paralelismo entre as duas mulheres. Deu consigo a pensar em coisas tão insignificantes, como a forma como conduzem, como se sentam, as suas conversas, os seus amigos, o tipo de amigos, a sua vida social, o seu cargo profissional, etc. Com a primeira podia falar sobre qualquer assunto, sentindo-se confiante pela forma inteligente com que se entendiam. Por seu lado, esta segunda mulher, sendo tão reduzida em raciocínios lógicos, torna-o numa pessoa vulgar, alguém a quem nada é exigido, podendo andar no mundo apenas porque vê outros andarem! Na verdade esta segunda relação é muito mais confortável, porque os objectivos da mesma são diminutos. Passam tempo juntos, mas não fazem realmente nada de interessante. Por sua vez, com a primeira mulher era sempre tudo muito novo. Com ela ele aprendia realmente alguma coisa. Com ela ele era uma pessoa melhor.

    Outros homens sentir-se-iam cómodos apenas porque têm alguém, mas depois de passarmos horas nesta troca de pensamentos, não pude evitar de pensar e perguntei:

    Será que a nossa felicidade depende do nosso grau de exigência?

    A ideia pode ser assustadora, e explicar um pouco aquele artigo que mencionava há dois posts atrás! Quanto mais exigirmos de alguém para estar connosco, menos provável será encontrar esse alguém. Agora até se torna mais fácil perceber o porquê da minha querida avó estar sempre a dizer para eu esquecer a ideia de que existe um homem perfeito, porque não existe!

    * * * * *

    Hoje fui ao encontro do meu amigo! Pela primeira vez ele pensou realmente na sua felicidade. Pode não voltar para a primeira mulher, mas não se resigna ao pouco que a segunda lhe pode dar…

    Hoje estive com o meu amigo que tinha acabado de romper a sua relação!

    Etiquetas:

    5 Comments:

    At 10 janeiro, 2006 12:00, Blogger SoNosCredita said...

    Sei o que isso é...
    Já senti algo parecido.
    Por isso é que estou sozinha: recuso-me a 'estar por estar'!

     
    At 10 janeiro, 2006 19:01, Blogger Rita said...

    Antes só que mal acompanhado, né?
    E como até ver, só temos esta vidinha, mais vale passá-la sendo felizes:)
    O teu amigo teve muita força porque se recusou a estagnar numa situação confortável, mas preferiu evoluir. É a vida.
    E sim, podes levar o cãozito para o estrangeiro, tem é que estar chipado e fazer um período de quarentena:)

     
    At 10 janeiro, 2006 22:10, Blogger Filipe Veiga said...

    Eu habituei-me a estar sozinho. Sinto-me reconfortado a exigir mais de mim e a cumprir as minhas metas, do que esperar alguma coisa das outras pessoas. Isso tem as suas desvantagens, mas por outro lado, não me sinto preso a nada nem a ninguém quando mudo de horizontes, quer seja a nível pessoal e profissional (como irá acontecer brevemente de uma forma radical). Não me adianta de nada procurar conforto e amparo em terceiros se não for honesto e feliz para comigo mesmo. E depois já tive algumas oportunidades de assentar mas o meu sangue ferve com a possibilidade de viajar para os antípodas do meu mundo, conhecer pessoas, experimentar novas emoções, trabalhar em lugares exóticos.. enfim, cada um conforma-se (ou não) com o destino da sua vida.

     
    At 11 janeiro, 2006 10:32, Anonymous Anónimo said...

    este é o ano em que os blogs se tornaram cavernas de alegorias, mto bem.

     
    At 28 janeiro, 2006 01:30, Anonymous Anónimo said...

    Ali o senhor ke n ker krescer pôs o dedo na ferida. O ke dizer? Consenços? Razão absoluta? Não existe tal coisa. Apenas há a nossa verdade, akela ke vamos fazendo a cada momento, e reter tb ke, a tua avózinha dizia umas verdades...

     

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