...que morreu o boémio sonhador. Incompreendido em vida, enaltecido em morte, viveu na companhia do cimbalino da Brasileira, e aqueceu-se com a poesia, onde encontrava o conforto que precisava.
Quem me dera ter pertencido a essa geração e poder ter privado com este grande Homem, que é para mim o grande mentor das palavras que dão o alento que por vezes falta "cá" dentro!
Nestas alturas não se prestam grandes homenagens, porque quem gosta, recorda sempre! Vou apenas partilhar convosco a minha poesia preferida de Pessoa, na vontade que retirem dela todos os ensinamentos que me foram sempre essenciais.Liberdade
Ai que prazer não cumprir um dever. Ter um livro para ler e não o fazer! Ler é maçada, estudar é nada. O sol doira sem literatura. O rio corre bem ou mal, sem edição original. E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta. Estudar é uma coisa em que está indistinta A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma. Esperar por D. Sebastião, Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores, música, o luar, e o sol que peca Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto É Jesus Cristo, Que não sabia nada de finanças, Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa Etiquetas: Efemérides, História e Estórias
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